quinta-feira, 23 de abril de 2015

Lei Fundamental da Felicidade

Ora viva! O texto que hoje aqui escrevo será mais... direto e confesso que sinto um pequeno nervosismo, pois desta vez sei que a pessoa para quem se destina este desabafo irá lê-lo!

Vamos então pôr mãos, imaginação e coração a trabalhar! 

Sabes quando estás naquela fase da adolescência difícil e tramada em que não te identificas com nada e questionas tudo o que para o resto do mundo parece "normal"? Aí estava eu quando apareceu uma pessoa que se viria a tornar uma das mais importantes e presentes na minha vida até hoje. Não obstante do facto de ainda não ter saído da "fase tramada e incompreendida da adolescência". 

Sempre que falamos sobre o início da nossa amizade, digo sempre que não me lembro como foi. Verdade, não me lembro mesmo! E não é pelo facto de ter sido há imenso tempo (quatro ou cinco anos no máximo) mas sim por ter sido um processo tão... natural, tão... genuíno

Ora cá está! Genuíno! A palavra que procurara durante todo este tempo para melhor caracterizar esta pessoa. Genuíno. Podia passar aqui noites e madrugadas a descrever tudo aquilo que significas para mim, mas ao Genuíno, irei acrescentar o meu melhor amigo e tenho a estranha certeza de que isso poderá resumir todos os meus (pensa/senti)mentos. 

Não estamos juntos todos os dias, muito pelo contrário! Chegamos a ficar meses sem pôr em vista em cima um do outro, mas quando nos encontramos... Ah! Quando nos encontramos... É uma festa! Festejamos por nos vermos, festejamos por sermos amigos, festejamos por nos termos um ao outro, festejamos como se fosse a última vez, festejamos a vida como ela é, pois, no fundo foi ela que nos juntou! E é uma alegria, a alegria de estar a presenciar uma amizade pura e linda

Sempre que o vejo, o meu sistema automático ordena imediatamente aos meus membros superiores para se abrirem e o enrolarem no abraço mais aconchegante e carinhoso que conseguir, porque é através dos atos que demonstramos o quanto gostamos dos nossos mais queridos certo? E acreditem que ele é mesmo uma das pessoas mais queridas para mim! E falamos de tanta coisa!... Temos sempre assunto sobre o qual falar e se não tivermos, inventamos e comentamos o estado do tempo como fazemos com os nossos avós, ou se calhar não, nem tanto! E rir? Rimo-nos imenso! Por isso, já saberei no futuro a quem se deve a grande maioria das minhas rugas de expressão! 

Quando penso na nossa amizade, automaticamente os meus lábios abrem-se num doce e delicado sorriso e riu-me das mais diversas memórias que me vêm à mente! Sempre que me lembro dos meus momentos mais importantes lembro-me de ele estar presente de variadíssimas maneiras. Este rapaz é a prova viva de que uma palavra sincera, por vezes, é mais reconfortante do que longas conversas com choradeira à mistura. 

Não tenho queixas a reportar acerca dele, porém, certamente ele terá imensas sobre mim! Mas não me importo. E até gosto, pois significa que mesmo tendo reclamações e queixas, ele continua a ser meu amigo, deverá ser sinal de que pelo menos, eu valho a pena para ele e isso já me alegra e já me basta.

Até nem podias festejar o teu aniversário hoje, mas, ainda assim, acho que teria que escrever, neste dia, acerca desta amizade; porque ao fim e ao cabo, és das pessoas mais belas que tenho comigo e desculpa se todas as palavras ficam aquém daquilo que tu mereces, mas visto que estou a ouvir o murmúrio do meu coração e estou a falar desde o cantinho mais fundo da minha alma, espero que, de alguma forma, te toque.

Hoje o meu rapazinho está de Parabéns e celebra mais um aninho! Ah! Quero chorar! Por favor não cresças mais! Se calhar, estarei a implorar o impossível, portanto ficarei apenas pelo agradecimento. Obrigada por me deixares fazer parte da tua vida. Obrigada por seres quem és para mim. Obrigada por me proporcionares esta amizade quando existem pessoas que passam uma vida inteira sem experienciar sequer um quarto de uma amizade assim! 

Poderia pedir para que ficasses comigo para sempre, mas quero que seja a própria vida, a mesma que nos juntou, a nunca mais nos separar, porque sei que este caminho não pode ser feito só, se não.... qual seria a graça que daqui retiraríamos? 

Raio do rapaz! Ai de ti que me faças chorar por estar a escrever sobre ti! 

Tarde demais! Provavelmente será pela música lamechas que estou repetidamente a ouvir, sim, é mais certo que seja por isso!

No final, quero que saibas que apesar de todos os meus erros e defeitos, apesar de por vezes não ser a pessoa mais presente do universo e apesar de pensares (erradamente, muito erradamente) que eu não estarei aqui para te apoiar em todas as decisões e em todos os rumos que tomares...

Dei-te e dar-te-ei sempre o melhor de mim.

Eis alguns dos momentos em que sei que dei o melhor:

Estou tão feliz por ter no meu caminho

quinta-feira, 5 de março de 2015

Estive fora por uns tempos, mas...

Well, well, well, she's back!

É verdade, depois de tanto tempo ausente, decidi voltar a escrever algo no meio cantinho meio escondido!

Bem, irei dedicar todo este texto a justificar o porquê deste retorno!
Há alguns dias, aquando as nuvens persistiam em invadir o céu e não nos davam a liberdade para sair de casa para um passeio, pus-me a arrumar a secretária do meu quarto!

Nada fora do normal, até aqui. Aproveito já para confessar que um dos meus maiores defeitos enquanto "dona de casa" é durante a arrumação de coisas antigas, ter vontade de ler e ver tudo o que outrora escrevera, perdendo tardes inteiras numa tarefa que poderia apenas levar uma ou duas horas!

Qual não foi o meu espanto, quando de repente dou comigo a ler um dos meus cadernos do ensino primário... Após algumas lambidelas nos dedos para passar página a página, encontro textos que a senhora professora nos mandava escrever em ordem a darmos asas à nossa mais ínfima imaginação!

Oh... o que eu fora fazer! Ao passar os olhos por cada linha dos enormes textos que escrevia, ao sentir aquelas palavras tão inocentes, fruto de uma doçura e bondade infantis, ao ver aquela letra manuscrita tão grande e tão torta que sempre fora tão característica da criança que eu era (e que, finalmente, anos depois consegui reparar significativamente a estética que nunca fora a meu favor) senti cada nervo do meu corpo a ser involuntariamente invadido por um misto de sentimentos tão irreverentes e atrevidos pois fizeram despertar em mim todo aquele gosto que em tempos tive para a escrita e que esquecera até àquele momento!

Ao sentir toda aquela saudade e ao sentir todas as memórias desde a excitação em arranjar um tema para o meu próximo texto até às dores no dedo quando já estava no fim cresceu em mim, ou melhor... renasceu em mim toda a vontade de voltar a criar algo realmente meu e a curiosidade de "missão cumprida" depois de escrever o último ponto final!

E pronto, foi assim que voltei, foi assim que voltei a sentir a alegria e a satisfação de poder escrever algo genuíno e realmente feito com o coração não obstante de poder ser filtrado sempre pela minha massa cinzenta!

E assim se dá terminus a mais um produto da minha mente!

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Can't tell you nothing

Há muito que não sentia uma nuvem de inspiração a pairar sobre a minha cabeça, mas acho que os acontecimentos mais recentes, têm vindo a criar condições para tal.

Hoje, vim aqui escrever sobre tudo o que tenho interiorizado e nunca tivera coragem de o expor a ninguém...
Sabes quando te sentes cansada do resto do mundo e cansada de ter sempre as mesmas pessoas por perto? Era assim que eu me sentia até estreitar os meus laços contigo.

Tenho perfeita consciência que a nossa amizade faz suscitar muitas dúvidas na mente de algumas pessoas, e não irei estar a mentir se disser que outrora, até eu mesma possuí todas essas dúvidas em relação ao que sentia. Mas não hoje. Não agora. Ensinaste-me o caminho para te encontrar e para te conhecer melhor, conhecer-te como mais ninguém conhece e eu estou tão grata por me dares essa oportunidade que seria incapaz de a arruinar ou fazer algo que a pusesse em risco.
Porém, apesar de já sentir alguma (imensa) confiança da tua parte, ainda não estou bem certa se realmente poderei confiar em ti. E, esqueces-te que pouco antes de nos conhecermos era assim que me sentia com o mundo, sem confiança em ninguém e afinal vens-me dar a parecer que és só mais uma cara conhecida como todas as outras. Mas, confesso que não quero imaginar já, o pior cenário acerca da nossa amizade, porque contigo também aprendi a dar tempo ao tempo, a deixar as coisas acontecerem, porque a cada vez que eu pensava demasiado em alguma coisa, parecia que só estava a desejar para que ela não acontecesse.

Ensinaste-me também a saber procurar as melhores memórias nos mais ínfimos detalhes no momentos em que passávamos juntos... Pois todas as noites adormecia a pensar nesses pormenores.
Aprendi também a ser mais forte e não ceder a tudo o que me pedias, embora, actualmente, confesse que ainda cedo em demasiado nalgumas coisas, mesmo tu não merecendo.

E aproveito já aqui, esta pausa para quem estiver a tentar adivinhar quem será esta pessoa mistério, para esclarecer qualquer que seja a vossa questão, que, estarei expressamente a referir-me a uma AMIZADE!
Voltemos agora, a mais um pouco de raciocínio cerebral...

Com o culminar da minha adolescência, vieram também alguns desgostos amorosos. Para aqueles que tiveram a oportunidade de conhecer a verdadeira pessoa que continuava a nascer todos os dias com o sol dentro de mim, tenho a dizer que levaram consigo sempre um pedaço de mim assim que iam embora sem avisar e foram deixando o que restava de mim, a ser desgastado pelo tempo, como uma colina sofre com a erosão do mar...
E com esses desgostos, fui conseguindo perceber que a amizade seria o meu trunfo, a minha mais valia para viver de bem com a vida, para conseguir ultrapassar todos os obstáculos que se iam metendo no meu caminho. Seria com os meus (poucos) amigos que conseguiria fazer frente aos "Adamastores" da vida, e eu confesso, mais uma vez, que até agora estou a contar com a tua ajuda, para que nos ajudemos mutuamente.

E sublinho o "mutuamente", pois vejo todos os dias o quão errados são os juízos que as pessoas fazem de ti, pelo teu exterior. Apesar da maioria das pessoas me "matar" com o olhar, quando estou contigo, eu pressinto que nem tu tens a vida facilitada, apesar de, quereres mais do que nunca fazer passar que sim. Dás a impressão que não te importas com nada e que nada é mais importante que viver o presente, sem pensar nas consequências futuras, mas será aí que entrarei eu. Para te colocar no caminho, quando vir que estás prestes a cometer um desvio. E, ao mesmo tempo, espero de ti, o que tu esperas de mim.
Bem... Se calhar, tu de mim não esperas nada, mas eu de ti espero muito! Porque sei que és capaz de ser algo mais do que alguma vez foste para alguém, ver algo que nunca ninguém viu. E pronto, já disse. É aí que se encontram todas as minhas expectativas acerca da tua pessoa.
Cabe-te somente a ti, fazeres juz ao valor que para mim tens.

Ou será que terei que acabar este desabafo na interrogativa, duvidando de ti e no que realmente esta Amizade poderá resultar?

Ups...

sábado, 5 de janeiro de 2013

tempo estelar

O tempo... O tempo demora. O tempo apressa. O tempo vem. O tempo vai. O tempo não volta. O tempo sara. O tempo apaga... O tempo cura as feridas físicas e emocionais, mas será o tempo a maior razão para uma amizade perdida?

A resposta a tal questão para mim é muito simples... Não irei expressar somente a minha opinião através de uma palavra monossilábica: Sim/Não. Irei optar por expressá-la pelo que sinto que clarificará muito bem o que acho.

Ter um amigo é uma dádiva. Ninguém discorda. É um facto, ponto final. Quando chego a uma altura e sinto que tenho alguém em quem confiar o mundo. Quando vejo que tenho alguém que, por vezes, gosta mais de mim, do que eu própria. Quando tenho um mundo paralelo ao teu e nada mais a meu redor; Eu sinto o que é ter um Amigo. Sinto que o meu "Eu" não te vai incomodar. Sinto que tu não partes por te arrependeres de qualquer coisa que tenhas feito comigo. 

Sabes o quão bom isso é?! Tens a noção da boa sensação que te passa pela garganta até ao coração e acabando por te aquecer por completo o resto do corpo? 

- Eu sei, porque alguém me ensinou. 

Sabes o que mais me entristece? Ter de falar de ti em pretérito perfeito. 

E sabes porque não falo contigo neste presente? - Coragem, segurança, sentimento, racionalidade, significado - Tudo aquilo que tu me tiras-te quando decidis-te partir. 

O mais irónico de toda esta situação que neste momento descrevo é o facto de na minha cabeça ainda não saber se tu te decidis-te ir embora ou se fui eu que te fiz partir. 
Para agravar tudo o que aqui te falo, quebras-te as promessas que outrora proferis-te. Pensei que tinhas palavra. Mas quando tu quebras-te a tua, então o mundo deixou de ter credibilidade, porque o meu mundo era paralelo ao teu, lembras-te?! 

Não se destrói algo que nasceu para ficar junto. Então porque o fizes-te e não me explicas? Gosto de ti como ninguém, mas o que mais me cativa em ti é por tu seres imprevisível e eu não conseguir ler a tua mente. 

Espero que saibas que não retiro nada do que te disse. Não te trocaria por nada sentimental e/ou material. Mas também devo-te dizer que é difícil dizê-lo, pois neste momento, o que me sinto é trocada e susbtituída como uma velha peça de roupa que deixou de te servir. 

Daqui a uns anos; Daqui a uns Tempos, irei certamente voltar a ler isto e nós até poderemos voltar a ser o que foramos. E sei que isto que Agora te escrevo irá despertar lembranças e sensações que há muito tinha guardado no fundo de uma caixa que ficará cheia de pó, de tão intacta que esteja. 

Por agora, todo este sentimento irá para uma dita caixa que até hoje continha só boas memórias e bons risos com tudo incluído. 
De ti, não tirava os defeitos, não tirava as gargalhadas, não tirava as lágrimas que por ti chorei e não tirava os olhares que significariam milhões de pensamentos. Também não tirava as discussões, não tirava os momentos de tensão, não tirava os silêncios que eram melhores que quaisquer palavras. De ti não tirava nada. De ti, nem Eu me tiraria nunca mais. Porém, posteriormente há sempre um lugar vazio e a minha dúvida persiste: 
Quem partiu? ...

Resta-me agora expressar-te a minha simples resposta à principal pergunta que me tem vindo a incomodar o coração e a mente:

As estrelas desapareceram (temporariamente) pelo Universo fora. 

Espero que voltem, e iluminem o céu que cobre as nossas almas, junte os nossos corações de novo e nunca mais os separe.

domingo, 7 de outubro de 2012

Pré(Maturidade)

Num dia de céu enublado e com a chuva ameaçar cair para regar os campos, deitas-te por terra todas as esperanças que na tua pessoa um dia depositei.
Para ti, deu-me a parecer que foi fácil de mais plantar uma semente e aquando do seu crescimento, foste com a mais pura das friezas arrancar a raíz em pleno desenvolvimento.
É um bocadinho fora de contexto, estar a comparar a nossa história a uma planta, mas torna-se perfeitamente fiável, pelo desenrolar dos teus actos para comigo.

mútuo
Acredito mesmo, que ainda antes de abrires espaço para colocar a "nossa" semente (é importante frisar este "nossa") tenhas tido muitas dúvidas em relação ao facto de poder haver lugar para algo crescer por ali, vindo do vácuo, porém, ainda hoje me pergunto porquê?
-Porque é que tiveste todas essas dúvidas se eu própria me aventurei no mesmo que tu e ainda assim estava contigo, para te segurar de todas as quedas que te incitassem a ir abaixo?!

Não fui perfeita para contigo, mas também não te exigi a perfeição.

Secalhar, o que eu sentia era simplesmente um irreal que na verdade mais tarde ou mais cedo eu iria notar que nunca poderia passar para o verdadeiro mundo.
Secalhar, senti que te tinha comigo, que te tinha em mim e na verdade nunca estiveste comigo, nunca foste meu.

Por vezes, o sentimento ultrapassa os limites da realidade e quando a razão nos chama ao mundo, já estamos demasiado petrificados ao ver tanta fantasia à nossa volta.
Por outras palavras... Quando sentimos que temos o mundo a nossos pés, é porque não estamos realmente dentro dele, mas chegamos sim, a pensar que nos podemos apropriar do que não é nosso.

É impossível obrigar uma pessoa a entrar de rompante no nosso mundo, É um facto inegável.

Mas eu já sei que é possível as pessoas nos entrarem entrarem no coração, sem pedir pelo menos permissão e depois sair dele sem nós darmos conta. 

Por vezes penso se não podemos realmente pôr uma pedra no coração... Não para proibír a entrada a estranhos, mas sim para não permitir a saída de quem um dia tomara conta do nosso único lado racional restante. 

A pior regra que nos podem impor é querer tirar alguém de dentro do coração, quando esse mesmo - o coração - é o primeiro a contrariar esse acto. A pior sensação por que se pode passar, nestas circunstâncias, é a volta da consciência à tona do mundo.

Acho que vou voltar ao exemplo da planta e expressar-me de acordo com os príncipios da natureza.
O pior acto que se pode fazer a uma planta é, certamente, arrancar a raíz prematura da terra, a raíz que quer tanto desabrochar e que nós voluntariamente obrigamo-la a desocupar um espaço que na verdade queremos que ela ocupe; mas que não deve lá ficar.

Por outro lado, a melhor coisa que fazemos para o melhor desenvolvimento dessa planta é arracarmos as ervas daninhas que impossibilitam o seu normal crescimento e para chegarmos a tal conclusão não é necessário ter uma expansiva cultura agrícola, assim como para ocupar o coração de alguém, não precisamos de nos moldar a ninguém, nem cair na ilusão de uma história e um amor perfeito e idealizado. 

Hoje sinto que me estás a tirar a semente que um dia plantas-te, do meu coração.

Um dia vou sentir que apenas foras uma erva daninha e que fizeste aquilo que eu própria deveria ter feito para o meu bem: tirar-te de mim e voltar ao mundo que um dia, por ti, abandonei. 



sexta-feira, 5 de outubro de 2012

domingo, 13 de maio de 2012

Pormenor Principesco

Hoje não escrevo para ninguém. Hoje escrevo a toda a gente.
Não me dirijo a ninguém. Dedico a todos os que me conhecem. 

Uma rapariga comum, por entre os seis biliões de pessoas existentes no mundo. 

A olhos externos, não sou ninguém no mundo. 
Ao contrário do meu consanguíneo e de vários conhecidos meus, ainda não descobri o meu "talento" apesar de, sinceramente, começar a achar que tenho dom meramente para dormir, agir segundo as ideologias cedidas pela experiência, ver cada desgraça que todos os dias me passa pelos olhos e simplesmente me sentar na minha varanda a pensar em tudo e todos, a ver os carros passar e a ouvir a melodia feita pelos latidos dos meus cães. 

Estou na flor da idade. Não sou mais que ninguém, nem menos. 
Não sou linda, nem adepta de photoshop. 

Com a vida, percebi que por instinto natural, como Ser Humano que sou, tenho um forte desejo em ser bom em alguma coisa, senão em tudo em que me envolvo. E isso é notável pelas horas que me levanto para ir para a escola! 

Percebi que não tenho de me esforçar no meu "trabalho" para agradar ou para orgulhar os meus pais, o meu irmão ou o meu Anjo do Céu...
Entendi sim, que tenho de mostrar que sou boa em alguma coisa, não por uma questão de agrado ou orgulho, pura e simplesmente por sobrevivência. 

Sou uma rapariga comum e tradicional, mas não me auto caracterizo como "igual" visto que não é o mesmo conceito! 

Por autónoma que sou, um dia, daqui a algum passar de anos, quero ter a minha "independência", onde possa morar num apartamento actual e no andar mais alto, com mobília e utensílios de cozinha modernos, com as paredes do meu quarto de cores acolhedoras, assim como os tons da sala escolhidos por mim e onde possa saltar de sofá em sofá, onde possa fazer as minhas experiências culinárias, visto que o meu dom não é definitivamente esse! 
Quero, principalmente, um lar a que possa chamar MEU, e por mim conquistado, com os estudos já acabados e estabilidade profissional já ganha.

Por mero esquecimento, posso ter-me esquecido de uma figura que irá mudar a minha vida. 
Um alguém forte, com músculos das pernas definidos, com um cabelo suave ao toque, dentes tão brancos como a neve que irá cair no inverno e a qual nós os dois, lado a lado, abraçados iremos adorar à janela de meu quarto. 
Uma figura que seja indispensável à vida de uma mulher (pré)realizada, uma figura, com a qual seria impossível viver, pois irá-me fornecer todo o tipo de carinho, aconchego e que me irá fazer soltar uma gargalhada, que até o vizinho do rés-do-chão irá ouvir, quando menos me apetecer. 

Um alguém, que quando eu ficar a trabalhar até "às tantas"  (como se diz num português calão correcto) e quando, de tão cansada que estou, adormecer na secretária do escritório, me vem acordar com um beijinho no ouvido e me vem soprar o seu hálito verdadeiramente cheiroso directamente ao meu nariz!
Mau era se não estivesse claramente a falar do meu Golden Retriever! Aquela bolinha de pêlo que parece uma nuvem, com uma energia inesgotável, a única criatura no mundo que tem energia para dar e vender e que juntamente ao meu mau humor matinal me irá alegrar quando chegar a casa depois de mais um dia de trabalho, me irá irritar enquanto estiver a aprender que as necessidades se fazem na rua, me irá iluminar quando der à luz as suas crias e me irá entristecer quando partir para o céu dos cãezinhos.

Quero sobretudo ser livre, fugir à rotina de uma vida chata e no fim de tudo ainda ter alguém que goste de mim como perfecionista e detalhada que sou.
Quero alguém que encontre precisamente isso: cada ínfimo detalhe meu.